Estar bem implica em ter um lugar no mundo. Sentir segurança também. Sentir-se “igual”, poder relaxar, sorrir, rir, sentir-se capaz de construir pressupõe ser aceito(a), ser reconhecido(a). No mundo simbólico esses (bons) sentimentos estão resumidos no “sentir-se em casa”.
Onde é sua casa?
Há várias sensações que indicam o desconforto de não estar “em casa” e são frequentes:
- sentir-se sozinho(a)
- sentir-se deslocado(a)
- sentir que seu lugar é “em algum outro lugar”.
Na música popular há inúmeros exemplos onde a poesia espelha esse sentimento, dos quais destaco:
- “Eu me sinto tolo como um viajante. Pela tua casa, pássaro sem asa, rei da covardia (Theresa Tinoco, “Viajante”).
- “Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,” (Milton Nascimento, Fernando Brandt, Travessia).
- Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais” (Zé Rodrix, Tavito, Casa no Campo)
“Away from home, away from home,
Lord, I’m five hundred miles away from home. (Five Hundred Miles)
O casamento implica em fazer a transição desse “sentir-se em casa”, da casa de origem (dos pais) para a “nova” casa, da família que está sendo construída. Nem sempre é fácil e, quando não acontece essa transição, tende a surgir problemas entre o casal. Quando a transição é feita, nossa casa é nosso castelo: refúgio, porto-seguro, lar, e nos tornamos um par, que se é posteriormente desfeito, pode fazer com que nos sintamos menores, reduzidos, “away from home”.
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